sexta-feira, novembro 19, 2010

Crítica: Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1

Meia-noite e um de hoje estava começando a sessão de Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1, e eu estava lá. E quero compartilhar com vocês o que achei do filme com a crítica que se segue abaixo, tanto como um crítico de cinema júnior (não me julgo bom nisso, apenas me deu vontade ora), tanto como um fã da série.
Já vou avisando que a crítica tem uns spoilers básicos, nada que comprometa a surpresa.


HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE - PARTE 1

Logo no começo do longa percebe-se o empenho de roteirista e diretor de passar o clima tenso pré-guerra para o espectador. O ministro fala do que ocorre, o trio principal prepara-se para o que virá, seja o que for. E devo dizer que este clima realmente foi passado, até com um bom toque de emoção.

A atuação de Bill Nighy é a única que não pode ser chamada de boa ou excelente. Seu Ministro parece forçado, e não chega a convencer. Em contrapartida, o destaque vai para o trio principal, Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint, que deram um show de atuação. Conseguiram passar os sentimentos (tão presentes neste capítulo da saga) para o telespectador, o que nos leva a acreditar que aquilo realmente está acontecendo. E toda essa atuação é acentuada com o resto do elenco, com uma certa ênfase à Andy Linden como Mundungo Fletcher.

Se torna mais que óbvio o clima sombrio que a saga adquiriu ao longo dos anos, porém neste penúltimo longa o “sombrio” alcança proporções imensas comparado ao seu antecessor, Harry Potter e o Enigma do Príncipe. O roteiro é muito bem adaptado por Steve Kloves, apenas com cortes necessários, e acréscimos que, pode-se dizer, formam um “fan-service”. Ele e Yates formaram uma química nos últimos dois longas, e a terceira parceria dos dois é espetacular.

As várias partes lentas não chegam a ser cansativas devido ao clima tenso: um alívio nesse clima aqui e ali é muito bem vindo, ainda mais quando não é tão repetitivo. As poucas cenas de ação não deixam a desejar: muito bem feitas, mesmo com a pós-produção feita meio que apressadamente.

Por falar nisso, a equipe de produção também está de parabéns. A fotografia de Eduardo Serra está digna de um Oscar, e os efeitos estão fabulosos, trazendo uma certa magia obscura para a tela. O único que parece que se desviou um pouco do propósito do filme (trazer aos fans o que eles querem ver) foi Alexandre Desplat, com uma trilha sonora que funciona, mas não traz quase nada das clássicas de John Williams. E não chega a empolgar com maestria, apenas parece estar ali como um apoio. E ainda decepcionou muito em uma das cenas finais, muito triste (quem assistiu sabe do que estou falando), onde faltou a emoção que provém da música (que na hora foi muito fraca).

O problema talvez tenha sido a falta de iniciação de vários aspectos, como os da varinha de Harry, do qual ele nem parece se dar conta de que ela agiu sozinha, um fato importante para a parte 2. Várias coisas parecem, vendo a primeira parte, um erro, sendo que apenas foram empurradas para a segunda parte. A falta da ênfase pode deixar várias pessoas que não leram o livro com um sinal interrogativo na cabeça.

Agora, como fã, tenho de dizer que achei perfeito. Muito emocionante, principalmente para aqueles que seguiram o antigo bruxinho desde a infância. O que me decepcionou um pouco foi o fato da morte de Edwiges passar tão batida (embora sua morte tenha superado a do livro, com ela salvando o antigo dono), como se Harry nem houvesse sofrido por ela ou até pelo Olho-Tonto. E também, como me lembrou Valdir agora a pouco, a frase no túmulo de Dobby, "Aqui jaz um elfo livre", tinha de estar no filme, para um pouco mais de emoção.

Todavia, Harry Potter e as Relíquias da Morte – parte 1 faz muito bem o seu trabalho, e que agora venha o sucesso das bilheterias tão merecido.

NOTA: 9,5

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